quinta-feira, 20 de novembro de 2008

A explosão infantil nas casas de games - Por Wellerson Cassimiro

Cresce, em Juiz de Fora, o número de crianças e adolescentes usuários de lan house


Cresce o número de crianças que estão permanecendo longos períodos fora de casa conectadas à internet em Juiz de Fora. Elas acessam sites de relacionamentos, messenger e participam de jogos em rede, em casas de games que oferecem internet em banda larga.
O proprietário de lan house, Carlos Aberto da Silva, 35 anos, relatou que desde o início desse ano, o número delas aumentou em seu estabelecimento. “As crianças chegam à loja depois do horário da escola, em torno de 11h50 e permanecem até as 17h”, explicou.
Dona de uma lan house há cinco anos, Rosana da Rocha, 39, revelou que de 15 usuários, 10 são menores de 18 anos. A maior procura pela internet são nos finais de semana. Ainda mencionou que as mais presentes são os menores que compreendem entre 7 a 10 anos. Em seguida, os jovens com idade superior a 11 anos e os adolescentes. Contudo, estes últimos permanecem pouco tempo conectados à rede.
Mário de Souza, 37, proprietário de uma lan house há menos de um ano, revelou que seus principais clientes são as crianças e que, a cada dia, o número dessas aumenta. “Por enquanto, tenho um número baixo de clientes adultos, em torno de 23 contrapondo a 33 crianças” revelou.

  • Crianças Online

M.C.O, 12, revelou que fica metade do dia navegando em sites de relacionamentos e conversando com suas amigas, através do messenger. N.P.S, 10, perde a noção do tempo quando está acessando a internet. P.G, 11, participa de jogos conectados em rede são quase reais e que não se preocupa com o tempo gasto na internet. “Os jogos são bons, parecem de verdade. Eu não ligo para as horas, meus pais me dão o dinheiro para jogar”, disse. J.P.F, 13, ao terminar suas atividades da escola, logo vai para a casa de games próxima a sua casa. “Eu tenho computador em casa, mas o daqui é mais rápido”, concluiu.
O pedreiro Paulo César Ferreira, 45, fica receioso em ver seu filho longas horas na rua. ”Meu filho já tem 13 anos, é bem orientado em casa. Porém, tenho medo com quem ele possa conversar na internet, em uma lan house”, encerrou. A dona-de-casa Maria Aparecida Silvino, 43, revelou dar o dinheiro para o filho ir à casa de games. Todavia, permanece vigiando o horário do filho. “Não o deixo ficar na internet mais que duas horas por dia”. Maria José Gonçalves, 72, revelou que seu neto, M.L.C., 11, vai para a loja de games todos os dias e, é preciso chamá-lo para o almoço, pois esquece até mesmo de se alimentar.
A pedagoga Laís da Cunha revelou que é preocupante presenciar as crianças longo tempo fora de seus lares. Ela explicou que os jovens ficam sem limites e restrições, pois estão junto a colegas e longe do olhar atentado de seus pais. “As crianças sentem-se com poder para fazer tudo o que querem. Também ficam vulneráveis à abordagem de pessoas estranhas. Elas podem conversar com quem bem quiserem pela internet. Algumas até marcam encontros às escondidas”, revelou. Ela ainda mencionou que a internet tem influenciado no comportamento das crianças, despertando-as para uma independência precoce. “É necessário um diálogo aberto e constante entre pais e filhos, além de estimular horários para atividades extra-escolares”, concluiu.

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